A sapatilha sai de moda?

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Por Séfora Guimarães

Madame Rose Repetto foi quem recebeu a encomenda da ilustre Brigitte Bardot para criar uma sapatilha que pudesse usar no filme “E Deus criou a mulher”, como parte do figurino no ano de 1956. Assim, a marca Repetto criou o modelo Cendrillon, que em português significa cinderela. O relacionamento de Bardot com a Repetto se devia a sua prática do Ballet, por isso buscou como parte do figurino uma peça tão confortável quanto suas sapatilhas de ballet.

Rapidamente o calçado se popularizou, sua consolidação no vestuário feminino está diretamente ligado ao uso da estrela Audrey Hepburn. Ela utilizou um modelo no filme “Cinderela em Paris” (1957), assim eternizando a sapatilha e tornando o modelo um ícone de moda. A peça trazia consigo uma referência de feminilidade, conforto e praticidade, saindo dos estúdios de ballet foram diretamente para as telas e ganharam as ruas.

Berço de ouro

Diferente de outras peças do vestuário como a jeans, a sapatilha saiu dos palcos diretamente para as telas, tendo assim uma origem repleta de glamou. O fato de Brigette Bardot e Audrey Hepburn terem utilizado o calçado nas telas, foi o que deu destaque ao nascimento e popularização da sapatilha.

Bardot foi responsável pela “Bardot Mania” que se difundiu entre os norte-americanos nos anos 60. Ela era dona de uma estética única, ousada, sensual e jovem, tudo que ela vestia e usava se tornava tendência, do seu corte de cabelo à seus decotes. Sendo uma das primeiras mulheres à usar biquíni na praia, seu ativismo nas décadas de 50 e 60 fazia a artista se tornou símbolo de feminilidade sendo referência de tendências até os dias de hoje.

Sobrevivente da Segunda Guerra Mundial, Audrey além de ter sido uma estrela do cinema, protagonizando grandes clássicos como “Bonequinha de Luxo”, “Cinderela em Paris” e “A princesa e o plebeu” entre tantos outros, também foi embaixadora da UNICEF e musa inspiradora de Givenchy, e curiosamente também iniciou sua carreira no ballet.

A Sapatilha bicolor

Chanel assinou o sapato bicolor em 1957, apesar de já utilizar o modelo 20 anos antes de sei lançamento. Gabrielle Chanel criou o sapato bicolor em tom de bege para alongar a perna e com o bico preto para encurtar o pé, sua ideia inicial foi vriada com um salto de 5cm, inovando já que na época as mulheres usavam somente sapatos monocromáticos. Em 1964 foram nomeados “os novos sapatos de Cinderela, fazendo alusão às sapatilhas.

E assim nasceu um modelo atemporal, revolucionário que prometia durabilidade e estava ligado à imagem de elegância, luxo e sofisticação que a marca Chanel já carregava. A ideia de criar um modelo que combinasse com tudo e poderia ser utilizada de manhã até a noite, além de trazer liberdade de movimento devido o elástico no calcanhar já tinha como case de sucesso a criação do vestido tubinho preto clássico.

O estilo na essência

Devido seu histórico, a sapatilha fincou suas raízes em dois dos 7 estilos universais: no estilo romântico e no estilo clássico. O estilo clássico cartega em si essa essência de atemporalidade, sofisticação e praticidade sem abrir mão do luxo. Então por mais que popularmente a sapatilha tenha sido deixada pelo uso popular, podemos ver que a sapatilha é uma das peças-chave na aesthetic “old money” que carrega como base os estilos clássico e elegante.

Já a feminilidade está associada fortemente ao romantismo, essa é uma outra versão que independente da moda e das tendências, mulheres que possuem o estilo romântico bem definido em sua identidade não abriram mão de seu uso independente do tempo, trazendo até modelos repaginados, modernos e até os clássicos atemporais.

O retorno da sapatilha

Mais uma estética tem ganhado relevância na internet, o “balletcore”, o que influenciou o retorno do uso da sapatilha. Mas será que seu retorno se deve somente à essa aesthetic? Já em 2022 a MiuMiu levou a sapatilha diretamente para sua passarela no desfile de promavera/verão, jogando novamente a peça no steet style.A verdade é que a sapatilha nunca saiu de moda, ela faz parte da identidade de estilo e sempre retornará ao uso popular como vem acontecendo.

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